Números macro e setoriais apontam para mais
dinheiro no caixa do governo e retomada do crescimento da indústria e do
comércio; crescem licenciamentos de veículos, comercialização de
cimento e vendas de máquinas e equipamentos; entre arrecadação e
despesas, governo teve superávit de R$ 7,60 bilhões no mês passado;
recorde histórico; "É um absurdo dizer que não mantemos todos os nossos
compromissos com os pilares da sustentabilidade", disse Dilma aos
empresários no ressuscitar do Conselhão, na quarta-feira 27
247 – Não será tão fácil como previam nove entre dez analistas
com espaço na mídia tradicional atacar o governo pela via da economia.
As apostas na desaceleração da atividade estão sendo superadas pela
exibição de resultados que vão indicando robustez para a conjuntura de
2013. Até mesmo as projeções do PIB feitas por agentes do mercado já
convergem para uma elevação acima dos 3% até dezembro, com redução da
taxa de inflação inicialmente prevista.
"É um absurdo dizer que não mantemos todos os nossos compromissos com
os pilares da sustentabilidade", disse a presidente Dilma Rousseff,
nesta quarta-feira 27, na retomada do chamado Conselhão, o plenário de
empresários criado no governo Lula que havia sido deixado de lado na
atual administração. "Mantemos a inflação sobre controle, e achamos que a
inflação é um valor na medida em que ela garante não só os ganhos de
salário, mas garante também a capacidade de previsão do governo e dos
empresários e os ganhos dos empresários e dos trabalhadores", completou
ela.
Na mesma reunião, o ministro interino da Fazenda, Nelson Barbosa,
afirmou que os atuais indicadores de janeiro confirmam a perspectiva de
recuperação da economia brasileira. Entre eles, citou o aumento da
produção e do licenciamento de veículos, da comercialização de cimento e
da consulta para vendas no varejo.
"Todos concordam que teremos mais crescimento, menos inflação, baixa
taxa de desemprego e continuação da expansão da massa salarial", disse
Nelson Barbosa. De acordo com os dados apresentados, a taxa de
desocupação nos últimos dez anos caiu de aproximadamente 11% para em
torno de 5,5%. A queda do desemprego veio acompanhada do crescimento da
massa salarial, que teve aumento médio de 3,5%.
Num setor fundamental para a leitura do crescimento ou da economia, a
Associação dos Fabricantes de Máquinas e Equipamentos reportou também
nesta quarta 27 que o faturamento bruto do setor encerrou janeiro com um
dos melhores resultados para o período desde 2009. Segundo a Abimaq, a
carteira de pedidos da indústria de máquinas e equipamentos cresceu 7
por cento em janeiro, enquanto o faturamento bruto avançou ligeiros 0,2
por cento na comparação com o mesmo período de 2012, para 5,79 bilhões
de reais. O consumo aparente, que inclui venda de máquinas nacionais e
importadas no mercado interno, avançou 16,3 por cento sobre janeiro de
2012 e 6,7 por cento sobre dezembro, o que "indica que há demanda neste
início de ano", disse a entidade. A expectativa da Abimaq para 2013 é de
crescimento de 5 a 7 por cento no faturamento bruto do setor, após uma
queda de 3 por cento no ano passado, para 80 bilhões de reais.
O Banco Central, igualmente na quarta 27, anunciou um superávit
primário recorde de R$ 30 bi, 251 bilhões em janeiro, alimentado pela
forte arrecadação no período. Segundo informou a autoridade econômica, o
resultado veio da economia fiscal de 26,088 bilhões de reais do governo
central, diante da arrecadação também recorde vista no período, de R$
116 bilhões. O superávit cobriu com folga a despesa com juros no mês, de
22,649 bilhões de reais. Com isso, o setor público consolidado
registrou superávit nominal --despesa menos receita, incluindo pagamento
de juros-- de 7,602 bilhões de reais no mês passado.
DÍVIDA EM QUEDA
A relação entre dívida pública e Produto Interno Bruto (PIB) fechou
janeiro em 35,2 por cento e, para fevereiro, o BC estima estabilidade,
informa a Agência Reuters. Em dezembro, a variável havia ficado em 35,1
por cento e, no final de 2011, em 36,4 por cento.
Apesar de acreditar que o governo não vai conseguir cumprir a meta de
superávit primário neste ano, que equivale a cerca de 3,1 por cento do
PIB, o economista-chefe do Goldman Sachs, Alberto Ramos, apontou à
Reuters que a relação dívida/PIB vai continuar com trajetória
descendente.
"O superávit menor não deve, contudo, comprometer a trajetória de
queda moderada da relação dívida líquida/PIB", escreveu ele em nota,
acrescentando que, para 2013, o primário deve ficar entre 2 e 2,5 por
cento do PIB.
No acumulado em 12 meses até janeiro, o superávit alcançou 109,2 bilhões de reais, equivalente a 2,46 por cento do PIB.
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